Os
assentamentos do primeiro semestre de 2005 ficaram abaixo do necessário.
No
período apenas 15,9 mil famílias foram assentadas, enquanto que no
1º semestre de 2004 foram assentadas 21.719 famílias — número
insuficiente. Os investimentos para recuperação e a
estruturação produtiva de projetos criados até 2002 também não
atingiram o nível indispensável para o alcance das metas.
Permaneceu a concentração regional dos projetos de reforma agrária
– região Norte. Metade dos projetos existentes ainda se encontra
em fase inicial de instalação. A obtenção de terras em 2005 foi
efetuada principalmente via descriminação e reconhecimento —
“cerca de 1,18 milhão de hectares (76,4%), sobretudo na região
norte; sendo que apenas 205,4 mil hectares (12,8%) resultaram de
processos de desapropriação”. A execução orçamentária do
primeiro semestre repetiu o padrão anterior — lentidão e
dificuldades conseqüentes do contingenciamento de recursos imposto
ao MDA. Além destes fatos, houve agravamento da violência no
campo.
Política
Agrária e Violência no Campo
José
Juliano de Carvalho Filho*
“Diante
disso, Senhor Presidente, viemos à sua presença
para
lhe pedir que honre com os compromissos de seu governo,
pois
não sabemos mais a quem apelar (...).”
A
frase acima foi extraída da carta entregue ao presidente da República,
pelo MST, em 26 de outubro de 2005, no final da Assembléia
Popular: Mutirão por um novo Brasil. Ela representa muito
bem o que ocorreu com a política agrária nos três primeiros anos
do governo Lula.
Este
artigo compara documentos importantes sobre a ação governamental,
resume o desempenho da política de reforma agrária em 2005,
informa sobre a violência no campo no período e, por fim,
apresenta algumas observações finais sobre a política agrária do
governo Lula.
Os
Documentos: A Esperança a o Fato
Com
o objetivo de comparar o que se esperava da
atuação do governo na área agrária, as promessas
governamentais e o que de fato aconteceu, são destacados aqui
alguns trechos de três documentos:
Proposta de Plano
Nacional de Reforma Agrária;
Plano Nacional de Reforma Agrária do governo Lula — II PNRA ;
e a Carta entregue
ao presidente pelo MST.
A
Proposta de Plano Nacional de Reforma Agrária representou a esperança
na concretização de uma política agrária que objetivasse
desencadear o tão
esperado processo de mudança estrutural
no campo.
Em
poucas palavras, a Proposta
provou, com base em estudos, que há terra disponível para a
reforma, tanto improdutiva como devoluta; e que existe público para
a reforma, isto é, demanda por terra – a demanda potencial
estimada correspondeu a 6 milhões de famílias e a demanda
emergencial, composta por famílias acampadas, atingiu cerca de 180
mil famílias. Foi estabelecida a meta de assentamento de
1 milhão de famílias a serem beneficiadas no período
2004-2007. As famílias acampadas foram consideradas como beneficiários
preferenciais. As análises dedicadas à avaliação dos gastos
necessários para atingir esta meta mostraram que o custo da Reforma
seria perfeitamente viável. A estratégia proposta para a
implementação do Plano deu ênfase à ação pública com base em
“áreas reformadas”. Esta forma de intervir visava propiciar
eficácia às diversas políticas públicas necessárias para a
implantação da Reforma e iniciar um real processo de transformação
sócio-econômica no meio rural de nosso País.
Como
se sabe, o governo não aceitou a Proposta e anunciou a adoção do
II PNRA, plano com pretensões muito menores. Este, todavia, ainda
representou a esperança na concretização de uma política agrária
aceitável. As metas estabelecidas para o período 2003/2006 foram
as seguintes: assentamento de
400 mil novas famílias; regularização de posse de 500 mil famílias:
crédito fundiário para 127,5 mil famílias; recuperação da
capacidade produtiva e viabilidade econômica dos atuais
assentamentos; cadastramento georeferenciado do território nacional
e regularização de 2,2 milhões de imóveis rurais. Como bem
apontam Ferreira e Conceição,
Plano e Proposta partiam dos mesmos diagnósticos: “ambos
documentos se baseiam nos mesmos conceitos e argumentos, quais
sejam, da prevalência no Brasil de uma estrutura agrária
defeituosa, que impõe padrões de exploração e remuneração da
força de trabalho rural aviltantes, funcionando como entrave à
inclusão social da maior parte dessa população, levando as famílias
pobres do campo a migrar para centros urbanos ou a ocuparem um pedaço
de terra ocioso”.
O
II PNRA foi negociado com os movimentos sociais e foram firmados
compromissos que não foram respeitados — não foram cumpridos ou
o foram parcialmente. Este é o fato — a Carta entregue ao
presidente em 26 de outubro de 2005, o comprova.
Diz
o documento:
”(...)
Queremos relembrar nossos acordos, desde 2003. Em novembro daquele
ano, quando o governo anunciou o II Plano Nacional de Reforma Agrária,
com o assentamento de 400 mil famílias e que dava prioridade às
famílias acampadas, bem como a uma nova política de Reforma Agrária,
saímos contentes e esperançosos.
O
tempo foi passando e nada do governo acelerar a Reforma Agrária. Já
estamos a praticamente um ano do final do governo e dificilmente as
metas estabelecidas pelo PNRA serão cumpridas. O ministro Miguel
Rosseto reconhece publicamente que o governo assentou apenas 117 mil
famílias. Há ainda um agravante: 65% destas famílias foram
assentadas na chamada Amazônia legal, o que todos sabem se refere
muito mais a legalização de terras públicas ocupadas do que
propriamente ações que alterem a estrutura fundiária do
Brasil.”
“Em
maio deste ano realizamos a histórica Marcha Nacional pela Reforma
Agrária, de Goiânia a Brasília, graças ao apoio e solidariedade
que recebemos da sociedade brasileira. Mobilizamos mais de doze mil
militantes que caminharam durante 17 dias.
Na chegada, os ministros não conseguiram dar respostas
concretas às demandas que apresentamos desde o início do seu
governo. Graças a sua intervenção, acabamos construindo uma
agenda de compromissos, baseados em sete pontos.
1. Garantir a meta de assentamentos, conforme o Plano Nacional
de Reforma Agrária.
2. Priorizar as famílias acampadas.
3.
Recuperar o crédito especial para os assentados, (das 580 mil famílias
assentadas, menos de 15% estão recebendo PRONAF).
4.
Reestruturar o Incra.
5.
Acelerar a liberação de todos os recursos da Reforma Agrária, ora
contingenciados.
6. Normalizar a entrega das cestas básicas para as famílias
acampadas.
7. Publicar, em semanas, a nova portaria dos índices de
produtividade para desapropriações, (segundo o Ministro da Reforma
Agrária esta lhe foi entregue no Palácio, no dia 6 de abril desse
ano).
Praticamente
nenhum desses pontos foi atendido. Alguns foram de forma parcial e
aquém do acordado, como a questão do crédito. Nesta semana, foi
publicado o edital do concurso para a admissão dos novos servidores
do Incra, o que deveria ter sido feito ainda em 2003. No final de
setembro deste ano, voltamos a nos mobilizar em todo o país, nas
dependências do Incra, para chamar atenção do seu governo e da
sociedade, para o fato de nenhum acordo ter sido cumprido.
O
senhor pode ver que temos hoje 140 mil famílias acampadas em todo o
país, que enfrentam todo tipo de dificuldades e vêem mais um ano
agrícola iniciar, sem que tenham terra para plantar. Para atender
essas 140 mil famílias, o Incra nos apresentou uma meta de assentar
apenas 15 mil famílias do MST neste ano.
Isso,
para nós, é mais um desrespeito aos compromissos assumidos no
Plano Nacional de Reforma Agrária. Compromisso assumido também por
Vossa Excelência durante a marcha. O não cumprimento desse
compromisso é uma afronta ao sofrimento das famílias acampadas e
envergonha o seu governo.
Novamente,
nos prometeram que até final de outubro será publicada a Portaria
com novos índices de produtividade, para desapropriações.
Imaginamos o que aconteceria se o governo fosse tão lento para
atender aos interesses do agronegócio ou dos bancos?
Essa política caracteriza um desrespeito aos compromissos históricos
de seu partido e das promessas de suas campanhas eleitorais. Além
disso, representa uma penalização aos trabalhadores e
trabalhadoras que se organizam e lutam.
Diante
disso, Senhor Presidente (...).”
Esta
longa citação se justifica. Ela é a melhor forma de descrever
como os fatos consumiram a esperança.
A
Política Agrária em 2005
O
desempenho em 2005 repete o padrão que tem marcado a política agrária
desde 2003.
O
Boletim de Políticas
Sociais: Acompanhamento e Análise –
BPS, importante publicação semestral do IPEA, na seção Desenvolvimento Rural: Reforma Agrária, PRONAF e PAA,
analisa a ação pública no campo agrário. A última edição
desta publicação serve de base para a análise apresentada a
seguir.
Sobre
a política de Reforma Agrária, o texto do IPEA informa que todos
os indicadores demonstram que o realizado na implementação da política
ficou muito aquém das expectativas e do
prometido. Os assentamentos do primeiro semestre de 2005
ficaram abaixo do necessário. No
período apenas 15,9 mil famílias foram assentadas, enquanto que no
1º semestre de 2004 foram assentadas 21.719 famílias — número
insuficiente. Os investimentos para recuperação e a
estruturação produtiva de projetos criados até 2002 também não
atingiram o nível indispensável para o alcance das metas.
Permaneceu a concentração regional dos projetos de reforma agrária
– região Norte. Metade dos projetos existentes ainda se encontra
em fase inicial de instalação. A obtenção de terras em 2005 foi
efetuada principalmente via descriminação e reconhecimento —
“cerca de 1,18 milhão de hectares (76,4%), sobretudo na região
norte; sendo que apenas 205,4 mil hectares (12,8%) resultaram de
processos de desapropriação”. A execução orçamentária do
primeiro semestre repetiu o padrão anterior — lentidão e
dificuldades conseqüentes do contingenciamento de recursos imposto
ao MDA. Além destes fatos, houve agravamento da
violência no campo.
No
caso do PRONAF, o texto do IPEA destaca a ocorrência de resultados
positivos na ampliação do número de contratos e dos montantes
aplicados, em especial aqueles destinados aos investimentos. O
estudo também realça a melhora significativa na alocação
regional do crédito, em benefício das áreas de maior carência
— regiões norte e nordeste.
No
que diz respeito à distribuição do crédito entre os grupos,
reitera o alerta para a tendência de redução dos contratos dos
grupos A e A/C para financiamento e investimento. Esta tendência
resulta em evidente prejuízo para a estruturação e desempenho dos
assentamentos.
Finalmente,
quanto ao Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), o documento destaca a
importância estratégica desta ação pública para a condução
da política agrícola voltada para a agricultura familiar e para os
assentados da reforma agrária. Entretanto, igualmente informa que o
programa permanece com âmbito limitado e conta com insuficiência
de recursos. Pode-se acrescentar que, depois de instituído, o
programa vem sofrendo um persistente processo de desgaste.
Em
suma, no ano em curso, a política de Reforma Agrária repete o padrão
anterior pois está muito aquém do esperado; o programa de crédito
apresenta relativo sucesso, mas traz tendência desfavorável para o
público da Reforma; e o PAA carece de implementação, o que
significa frustração das promessas governamentais quanto ao apoio
á produção.
A
Violência no Campo em 2005
Os
levantamentos da Comissão Pastoral da Terra, relativos ao período
janeiro a agosto de 2005, mostram a persistência da violência, em
suas diversas formas, e a vulnerabilidade dos direitos humanos no mundo rural brasileiro.
De
janeiro a agosto, 28 pessoas foram assassinadas — em igual período de 2004 houve 27 mortes. A
distribuição por estados, novamente, tem o Pará como o local mais
violento, com 14 assassinatos, seguido pelo Mato Grosso, com 3. Os estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão
tiveram, respectivamente, duas mortes cada.
O
assassinato que mais despertou a atenção vitimou a Ir. Dorothy
Stang, em Anapu, no estado do Pará, em 12 de fevereiro. Esta
missionária americana de 74 anos e naturalizada brasileira foi
morta a mando de fazendeiros e madeireiros da região. Ela
trabalhava e lutava por Projetos de Desenvolvimento Sustentável, em
benefício das populações pobres da região. No caso, o governo
repetiu o comportamento costumeiro e “lampedusiano”, que Plínio
Sampaio chamou de “kit massacre”: declarações indignadas e um conjunto de medidas que garantem mudanças, mas que, de
fato, nada mudam.
A
impunidade continua.
O exemplo flagrante refere-se ao coronel Mário Pantoja, condenado a
228 de prisão por ter sido um dos responsáveis pelo massacre de 19
trabalhadores em Eldorado de Carajás, em 1996. A justiça
possibilitou-lhe a liberdade, enquanto espera julgamento de recurso.
A
CPT também registra 27
tentativas de assassinato,
114 ameaças de morte, 2 pessoas torturadas, 52 agredidas
fisicamente, 144 presas e 80 feridas.
De
janeiro a agosto a Comissão registrou 794 conflitos no campo envolvendo 615.260 pessoas — 44% a menos de
conflitos em relação ao mesmo período de 2004 e 26% a menos no número
de pessoas envolvidas. Contudo, os dados igualmente mostram que, em
2005, ocorreu o aumento da média de pessoas envolvida em cada
conflito — 774 versus
589, em 2004.
Ainda
quanto aos conflitos, a CPT informa que 1.664 famílias foram expulsas
da terra pelo poder privado, 10.990 famílias sofreram despejo
com mandado judicial e 8.412 famílias foram vítimas de intimidação por pistoleiros. O Mato Grosso é o
estado onde ocorreu o maior número
de famílias expulsas pela ação do poder privado — 320. No mesmo
período, em 2004, foram 60. O Amazonas também se destaca com 400
famílias expulsas em 2005, contra 131 em 2004. Foi verificado o
crescimento das expulsões no Rio de Janeiro e São Paulo — 100 e
250, respectivamente, contra 80 e 85, no mesmo período em 2004.
A
ação do poder Judiciário, determinando o despejo de famílias,
foi mais intensa no Rio Grande do Sul prejudicando 1.680 famílias;
seguido do Mato Grosso (1.485), São Paulo (1.380), Goiás (1.248) e
Pernambuco (1.100). A Comissão também aponta incremento de
despejos no Amapá (70 versus ausência
de ocorrência em 2004), Santa Catarina (53 versus 1 em 2004) e no
Pará (849 versus 314 em 2004).
A
CPT registra mortes em
conseqüência de conflitos, por omissão de socorro, por
acidentes ou por situações de tensão, de ameaças, de impedimento
de acesso a alimentos que provocam abortos, doenças que levam à
morte ou inanição. De janeiro a agosto de 2005, foram verificadas
67 mortes versus 20, em igual período do ano passado. O destaque
fica para Mato Grosso do Sul com 27 mortes e Minas Gerais com 26.
Diz o informe que a grande maioria dessas mortes vitimou crianças
indígenas por desnutrição e por falta de atendimento adequado.
Outro
aspecto do conflito no campo objeto de levantamento pela CPT
refere-se ás ocupações e
acampamentos. O Setor de Documentação da Comissão
registrou 257 novas ocupações com envolvimento de 31.509 famílias
e 43 novos acampamentos abrangendo 7.897 famílias. No mesmo período
em 2004, foram registradas 429 ocupações (66.250 famílias
envolvidas) e 132 acampamentos (18.590 famílias).
É
interessante repetir o destaque feito pelo documento que serve de
base para este relato: “(...) segundo Isidoro Revers, da Coordenação
Nacional da CPT, essa diminuição nos números de ocupações e
acampamentos mostra que os movimentos sociais perderam a esperança
de que este governo faça a reforma agrária (...) das 450 mil famílias
previstas para serem assentadas pelo Plano Nacional de Reforma Agrária,
apenas 160 mil tiveram acesso à terra nestes três anos de governo.
Para cumprir esta meta, seria necessário assentar mais 390 mil famílias
no que resta desta governo”.
Por
fim, no que tange ao trabalho
escravo a Campanha
de Combate ao Trabalho Escravo da CPT registrou 173
casos, atingindo 5.407 pessoas. Dessas ocorrências, 72 foram
fiscalizadas com a conseqüente libertação de 3.135 trabalhadores.
O Mato Grosso foi o estado com maior número de trabalhadores
resgatados (1.426); seguido do Pará (906), Tocantins (199), Bahia (186), e Maranhão (180). O
documento relata que, pela primeira vez,
houve uma denúncia de trabalho escravo no Rio Grande do Sul
e que voltou a ocorrer denúncia no Paraná, fato que não ocorria
desde 1999.
O
documento também menciona que o número de situações denunciadas
sofreu redução de 4,94% em relação a igual período em 2004. Por
outro lado, o número de trabalhadores em situação de escravidão
foi 13,6% maior do que 2004 (5.403
em 2005; 4.759 em 2004) e a quantidade de trabalhadores resgatados
cresceu 29,8% (3.135 em 2005: 2.414 em 2004).
Em
suma, a ação governamental foi ineficaz para alterar o lastimável
padrão histórico de violência e desrespeito aos direitos humanos
no meio rural brasileiro.
Observações
Finais
Os
fatos acima relatados, contextualizados na história contada pelos
três documentos, permitem afirmar que o ocorrido em 2005 repete o
passado.
A
política do atual governo não apresenta diferenças significativas
quando comparada com aquela implementada pelo governo anterior.
A
política agrária do governo Lula, comparada ao Plano proposto,
evidencia que houve mudança de caráter – de estrutural para
compensatório.
A
pretensão de desencadear um processo de mudança estrutural em
favor das populações vulneráveis ao modelo vigente foi
abandonada. Prevalece o agronegócio.
O
governo continua atuando — como os que o antecederam — de forma
reativa às pressões dos movimentos sociais e tenta envolvê-los.
Os
trabalhadores do campo pedem que o governo honre seus compromissos,
mas dizem eles: “não sabemos mais a quem apelar.”
*
José Juliano de Carvalho Filho é economista e Professor
aposentado da FEA USP
Texto extraído do Editorial do número de relançamento da
Revista Reforma Agrária da ABRA, em processo de publicação. O
Editorial é assinado por Plínio de Arruda Sampaio e pelo
autor.
A Proposta definiu as
seguintes metas: Meta 1 - Dotar 1.000.000 de famílias de
trabalhadores pobres do campo com uma área de terra suficiente
para obter, com seu trabalho, uma renda compatível com uma
existência digna; Meta 2 - Assegurar às famílias beneficiárias
das ações de reforma agrária e dos agricultores familiares
uma renda bruta mensal equivalente
a três e meio salários mínimos, composta de renda monetária
e valor de auto-consumo; Meta 3 - Criar 2.500.000 postos de
trabalho permanentes no setor reformado; Meta 4 - Consolidar os
assentamentos de reforma agrária já constituídos, mas que
ainda não atingiram a meta de renda fixada para os novos
assentamentos; Meta 5 - Regularizar os quilombos; Meta 6 -
Regularizar a situação dos agricultores ribeirinhos
desalojados para a construção de barragens; Meta 7 -
Reassentar, fora do perímetro das áreas indígenas, posseiros
com posses de até 50 ha, atualmente estabelecidos naquelas áreas;
Meta 8 - Efetuar o levantamento georeferenciado do território
nacional, a fim de sanear definitivamente os títulos de
propriedade de terras do país; Metas 9 - Atender aos assentados
e aos agricultores familiares das áreas de reordenamento fundiário
e desenvolvimento territorial com assistência técnica, extensão
rural e capacitação; Meta 10 - Levar, por meio do Plano de
Safra, o crédito agrícola e a garantia de preços mínimos aos
assentados e agricultores familiares.
Brancolina Ferreira e Júnia C. Conceição –
“ Desenvolvimento Rural: Reforma Agrária, Pronaf e
PAA”; BPS-11, DISET/IPEA (setembro de 2005).
O autor optou por reproduzir grande parte da carta, dada a sua
importância e clareza.
Esta seção foi, em parte, extraída do artigo assinado pelo
autor - “A Política
Agrária no Boletim de Políticas Sociais” - elaborado para
publicação no “Info
INCRA”, Boletim da Reforma Agrária em São Paulo.
Essa seção do boletim é assinada pelas as pesquisadoras
Brancolina Ferreira e Júnia C. Conceição.
Este item é baseado na mensagem eletrônica “Dados da violência
– Assessoria de Comunicação da CPT” – 27/09/05.
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