Na região conhecida como Matopiba, empresas de agronegócio compram terras com títulos duvidosos e entram em conflito com comunidades do cerrado; no Piauí, os relatos são de expulsões de famílias, incêndios de casas e contaminação dos rios
O reflexo da soja deixa ainda mais verdes os olhos cheios de água da agricultora Reginalda Santos da Silva. O olhar é fixo no entrevistador e a voz firme só se interrompe com o sacolejo do carro nas estradas esburacadas que cortam o cerrado do Piauí. Um cheiro que lembra vinagre invade o veículo. Os olhos ardem, a garganta seca. “Esse mesmo cheiro que você tá sentindo aqui, quando eles tão jogando veneno, você sente na água lá na comunidade”, conta Reginalda.
Um avião passa pulverizando as plantações de soja, cena comum nos meses de colheita por ali, entre janeiro e maio. Fora do carro, o cheiro beira o insuportável.
fonte: https://apublica.org/2018/05/nos-baixoes-do-piaui-paga-se-o-preco-do-progresso-do-matopiba/